ABIN
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) controlou um sistema de rastreamento em massa de celulares deque permitia monitorar sem qualquer autorização prévia, a localização de até 10 mil pessoas em todo o território nacional. A informação foi divulgada mídia após pesquisa, por meio de documentos internos da agência e relatos de servidores.
Segundo a reportagem, bastava digitar o número de telefone do proprietário do celular em um programa de computador para acompanhar em um mapa a última localização conhecida do aparelho. A prática suscitou questionamentos entre os integrantes da própria Abin.
O programa de computador em questão se chama “FirstSmile” e foi criado pela companhia israelense Cognite. Empresas do estado israelita são conhecidas por vender ferramentas de espionagem a diferentes governos. Em 2021, o Tribunal de Contas da União (TCU) vetou a compra de um desses softwares no Brasil, da empresa Pégasus.
O software desenvolvido pela Cognite foi comprado no fim de 2018, por meio de dispensa de licitação no valor de R$ 5,7 milhões, durante a gestão do ex-presidente Michel Temer, e funcionou durante o governo Bolsonaro até meados de 2021. O programa descobria a localização por meio da triangulação de torres de celular. Era possível, inclusive, receber “alertas em tempo real” de alvos específicos.
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